Agentes, Capacitação e Mais: as Principais Tendências do Mercado de Tecnologia
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A inteligência artificial permanece como destaque do relatório global de oportunidades para empresas de tecnologia em 2025, feito pela EY a partir de entrevistas com mais de cem líderes do setor, com destaque para CEOs e CIOs de grandes corporações. A IA permeia, basicamente, todas as tendências elencadas pelos executivos: da cibersegurança à regulamentação, passando pela análise de dados, agentes e retorno do investimento.
No contexto nacional, a tecnologia ainda precisa evoluir, mas já caminha para a maturidade, principalmente com investimentos de multinacionais. “Apesar da conexão global, muito do que está no estudo faz parte de uma agenda de vanguarda que ainda não é vista no Brasil. Mas acho que o país atrairá aportes de empresas de tecnologia por um bom tempo”, afirma Leonardo Donato, sócio-líder de tecnologia, mídia e telecomunicações da EY para América Latina.
Em entrevista à Forbes Brasil, o executivo faz uma leitura do relatório a partir de um olhar para o mercado nacional. Confira:
Forbes Brasil: Leonardo, o primeiro tópico do relatório é o retorno do investimento em IA. Como as lideranças globais se relacionam com esse assunto?
Leonardo Donato: Bom, primeiro que todas as empresas, anualmente, definem a sua capacidade e a sua ambição de investimento para o crescimento do negócio. Neste sentido, aportes em tecnologia vêm ganhando destaque ano após ano, com foco especial na IA recentemente.
Porém, os recursos são escassos e, à medida que você define que terá um investimento relevante em IA, por exemplo, obviamente os interessados nessa agenda vão buscar, de forma muito rápida, o retorno desse valor investido.
A partir disso, existem algumas formas de avaliar esse retorno. Existem empresas que investem na tecnologia como fonte de receita, ou seja, temos outras que fazem uso da inteligência artificial como uma forma de otimizar o seu portfólio ou melhorar a experiência do usuário e, por fim, as que buscam, na tecnologia, uma forma de ter uma operação mais eficiente.
O grande ponto de reflexão do estudo é: até que ponto aquelas expectativas que eu tinha com o investimento estão gerando, no prazo que eu imaginava, o retorno esperado?
FB: Como isso se desdobra no Brasil?
LD: As condições econômicas, principalmente no Brasil, onde o custo de capital para financiar essas iniciativas é alto e sem expectativa de redução, só aumentam a pressão.
Então, a oportunidade que temos aqui é, de forma bastante objetiva, deixar claro o que é esperado do investimento com a nova tecnologia: ‘Vou gerar novos negócios? Vou melhorar a experiência do meu usuário e, com isso, ter um cliente com maior fidelidade?’
Para ter sucesso em uma iniciativa de IA, é preciso conceber que o retorno do investimento virá, mas talvez demore um pouco mais e exija mais investimento. Além disso, é necessário ser ágil para descontinuar projetos que claramente não estão dando retorno, direcionando o investimento para o local certo.
FB: O segundo tópico aborda as otimizações possíveis a partir dos agentes de IA. Você poderia exemplificar o impacto dos agentes no dia a dia das empresas?
LD: A oferta de produtos e serviços é um exemplo fácil de citar. Os agentes possibilitam um alto potencial de customização, com ofertas personalizadas de acordo com a diferença de consumo de cada cliente.
A partir de uma vasta base de dados com indicadores de preferências e hábitos, um agente de inteligência artificial conecta as necessidades com o que a empresa tem à disposição. E isso ocorrerá de uma forma absolutamente escalonável, para milhões de pessoas simultaneamente sem a intervenção humana.
Então, isso é absolutamente, digamos, eu não diria disruptivo, mas é outro jogo, no sentido de que eu posso fazer isso 24 horas por dia, 7 dias por semana.
À medida que essa tecnologia amadurece, vai chegar um ponto em que esse agente será capaz de falar para o empresário, para a companhia, que o padrão de consumo e interesse do cliente está se modificando e que é preciso ajustar o portfólio para atender à demanda.
Ainda não vivemos isso em larga escala no Brasil, mas empresas que operam grandes marketplaces já fazem uso dessas tecnologias com bastante sucesso.
FB: Outro ponto abordado no levantamento é o valor dos dados. Como as empresas podem, de fato, extrair esse valor?
LD: Há muitos anos já se fala em monetizar, em fazer uso inteligente de dados, de conseguir operar em um ambiente onde a informação que, muitas vezes, os usuários e os clientes dão de graça para as empresas, se torne uma ferramenta para gerar maior engajamento e ter mais êxito nas vendas.
Então, isso não é novidade. O ponto que existe hoje é que você tem, primeiro, um ambiente regulatório mais exigente em relação a como você trata, faz uso, protege e garante o caráter de privacidade desses dados, o que tornou o processo um pouco mais desafiador.
O outro ponto é: será que estou fazendo uso ou tirando o benefício máximo daquela informação que tenho disponível? Vou lhe dar um exemplo para ilustrar: o Leonardo gosta, por exemplo, de tomar um sorvete no fim do dia. O valor que ele está disposto a pagar pelo sorvete neste período tende a ser maior do que quando ele acorda.
Hoje, as companhias aéreas já fazem isso muito bem: precificação dinâmica, com uma série de ferramentas bastante avançadas. Mas, quando você olha outros setores, ainda é bastante limitado.
Essa discussão passa também por investimentos adicionais por parte das companhias, em capacidade de processamento, em capacidade de análise.
Agora temos uma agenda importante no Brasil relacionada ao tema, que é a construção de data centers.
FB: Aproveitando a menção ao ambiente regulatório e data centers, o que podemos esperar do Brasil em termos de regulamentação e impulsionamento da IA e novas tecnologias?
LD: É absolutamente direto o interesse das empresas e do setor público em tornar o ambiente de negócios para as empresas de tecnologia mais favoráveis no Brasil. Nosso parlamento está sensível a essa agenda. Não é uma questão meramente política, é uma questão de necessidade para o nosso país.
Hoje, ainda temos uma parcela importante de serviços de tecnologia sendo executados por outros países para atender à demanda doméstica.
Então, quando você olha, por exemplo, para o processamento de dados, o Brasil, com a extensão territorial que tem, com a abundância de recursos naturais, com energia limpa e água, precisar exportar processamento de dados não faz sentido.
Então, existe sim uma agenda regulatória que vai incentivar esses investimentos. Acho que o Brasil atrairá, não só no curto prazo, mas por um bom tempo, investimentos de empresas de tecnologia. E isso não é algo para o futuro, isso é algo presente.
FB: Neste sentido, como os negócios nacionais podem se beneficiar?
LD: As empresas brasileiras, quando você traz investimentos relevantes, por exemplo, de construção de data centers, estão envolvidas em uma cadeia produtiva importante. Essa cadeia envolve fornecedores de produtos e serviços, arrecadação de impostos, reinvestimento na economia local, e assim por diante.
Então, eu tenho absoluta certeza de que, de forma direta ou indireta, as empresas locais também serão beneficiadas pelos investimentos anunciados.
FB: Outro tema relevante para o contexto brasileiro é a capacitação da força de trabalho. Quais são as possibilidades para o Brasil em termos de qualificação na era da IA?
LD: A discussão sobre capacitação de mão de obra passa, primeiro, por reconhecer que o Brasil tem uma carência estrutural nesse aspecto, principalmente em áreas técnicas relacionadas à tecnologia.
Com o avanço da transformação digital e da inteligência artificial, cresce a necessidade de profissionais com competências específicas, tanto técnicas quanto analíticas. Não se trata apenas de programadores, mas de perfis variados: engenheiros de dados, cientistas de dados, especialistas em segurança da informação, entre outros.
As empresas têm percebido que não basta investir em tecnologia se não houver pessoas capacitadas para operá-la e extrair valor. Por isso, muitas organizações estão criando programas internos de formação, além de estabelecer parcerias com instituições de ensino e startups para qualificar profissionais e inovar de forma mais rápida.
Por fim, há um movimento do próprio setor público de ampliar a oferta de cursos técnicos, programas de requalificação e capacitação digital, com o objetivo de reduzir essa lacuna de mão de obra qualificada que o Brasil enfrenta.
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